Eu trouxe um filhotinho de gato para casa. Dei o nome de Xuxa e ela cresceu. Um
dia, teve quatro lindos gatinhos, todos brancos. Além de lindos, nasceram com uma
doença nos olhos. Eram remelentos e não abriam. A veterinária disse que se não
cuidássemos, seriam cegos para sempre.
Mamãe sempre detestou gatos, não quis nem ver as criaturas remelentas. Quem
cuidava deles era a empregada baiana, que morava no quintal do sítio.
Um dia, fui direto do colégio para casa de uma coleguinha. Dormi lá. No dia seguinte
voltei para casa. Fui correndo ver os gatinhos. Não os achei; procurei em todos os
cantos e nada. Encontrei a Xuxa triste em um cato. Perguntei a empregada onde
estavam os bichinhos. Ela disse não sei. Achei estranho. Insisti e ouvi o mesmo não
sei. Desconfiei.
Saí correndo rezando que minhas suspeitas fossem falsas. Procurei, procurei muitos
os gatinhos. Nada, só a Xuxa triste. Então encontrei a filha da empregada, triste
também.
Ela me contou que a mãe fizera uma fogueira na noite anterior. Jogou cada um dos
gatinhos dentro. Eles queimaram e o cheiro da noite foi horrível.
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